
Fazendo jus ao evento literário, o tema do debate seria o livro "50 Anos a Mil", autobiografia que o cantor lançou no ano passado. Foi o mundo da música que, no entanto, rendeu os momentos mais apimentados da palestra.
Ao comentar a música "Me Chama", seu principal sucesso, Lobão disse não ter gostado da versão gravada por João Gilberto.
"João Gilberto tirou o ritmo de tragédia maníaca de 'Me Chama'. E ele ainda não cantou a parte: 'Nem sempre se vê mágica no absurdo'. Disse que não entendeu essa parte. Se ele tivesse me ligado, eu teria explicado."
Perguntado se achava João Gilberto "chato", Lobão respondeu que ele é "um amor de pessoa. O problema é que ele virou um ser sagrado. Nós temos que destronar tudo o que é sagrado".
Depois, ironizou canções de Chico Buarque (como "O Que Será") e jogou farpas na música brasileira em geral. "A dita MPB é de uma mediocridade galopante."
Algumas vaias, ainda que tímidas, surgiram quando Lobão definiu a esquerda como "coisa de gente rancorosa e invejosa".
Em outro momento, o cantor reclamou que há um "excesso de vitimização na cultura brasileira". "Essa tendência esquerdista vem da época da ditadura. Hoje, dão indenização para quem sequestrou embaixadores e crucificam os torturadores que arrancaram umas unhazinhas", completou.
Fonte : folha.com
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