
E por quê deste relato? Apenas para você tenha uma pequena noção do quanto assistir ao show do ACCEPT, que tocou pela primeira vez no Brasil, foi importante pra mim! Aliás, tenho absoluta certeza de que essa foi a mesma sensação dos headbangers que praticamente entupiram o Carioca Club na noite de 15 de maio, data que ficará registrada como uma das mais intensas e queridas no coração de todos que compareceram.
Com atraso de exatos 40 minutos, as cortinas do palco se abrem e exibe ao fundo o guitarrista Wolf Hoffmann, o baixista Peter Baltes e o batera Stefan Schwarzmann, três integrantes da formação clássica. Infelizmente, o guitarrista Herman Frank estava ausente por causa do acidente que sofreu uma semana antes quando tocava no Texas, onde quebrou três costelas e perfurou um pulmão. Mesmo assim a banda não desmarcou os shows na America do Sul.
O show começou com "Teutonic Terror", do CD Blood of the Nations, lançado ano passado, que conta com a voz do experiente Mark Tornillo (ex-TT Quick) no lugar de Udo Dirkschneider (que se apresentou no mesmo local uma semana antes). Tornillo entra no palco quando a música começa a tocar e de cara, ja deu pra perceber o quanto sua voz é potente. Ao vivo ele transmite muita segurança e não foi dificil conquistar a plateia. Como não poderia deixar de ser, a citada faixa foi muito bem recebida por todos, que formavam um coro potentoso no refrão.
Sem pestanejar, emendaram com "Bucket Full of Hate", também do novo álbum, para em seguida, relembrar o começo de carreira com "Starlight" e "Breaker", ambas do LP Breaker, de 1981. Tornillo foi falar com o público somente após "New World Comin'", do novo CD. E foi engraçado ele tentar agradecer em português, pois geralmente os artistas internacionais falam um breve "obrigado" em nossa língua, mas ele soltou um "obrigado São Paulo, valeu"! E aproveitou para explicar o porquê da banda estar com apenas quatro integrantes no palco. "Herman sofreu um acidente quando tocávamos no Texas e está hospitalizado. Esperamos que ele se recupre o mais rápido possível!"
E, para o delírio de todos, começam os primeiros acordes de "Restless & Wild", do álbum homônimo. Confesso que neste momento meus olhos se encheram de lágrimas! Estar ali e assistir a banda que praticamente direcionou meu gosto musical foi algo único, uma sensação à flor da pele que não tive nem quando fui assistir ao Iron Maiden no estádio do Palmeiras em 1992! E não fui o único. Ao meu lado, estava um casal que não parava de agitar um segundo sequer e berravam igual loucos a cada primeiro acorde de algum clássico que a banda começasse a tocar; e eu junto. Mas o êxtase ainda estava por vir! "Monsterman", do Russian Roullete, foi a próxima; seguida de "Metal Heart". Ambas foram cantadas em uníssomo pela plateia. Aliás, uma característica que sempre é marcante nas músicas do Accept são os refrões marcantes que ao vivo funcionam perfeitamente.
A balada "Amamos La Vida" serviu para que o fôlego voltasse ao normal após a adrenalina gerada por causa de três clássicos seguidos. Particularmente acho essa uma música bem meia boca, e já que era para incluir uma balada no set, que lembrassem de "Winterdreams", do LP Balls to the Wall! "Neon Nights" (com direito a um belo dueto entre Hoffmann e Baltes) e "Bulletproof" foram executadas com maestria, assim como "Losers and Winners" e "Aiming High".
"Princess of the Dawn" serviu como plano de fundo para o momento mais descontraído da noite. Peter Baltes aproveitou para fazer o seu solo e inventou de dizer "ontem tocamos na Argentina e eles são barulhentos!" Nem preciso salientar que a vaia foi geral, mas ele entendeu a brincadeira e consertou: "Então eu quero ver o que São Paulo tem de melhor!", e foi respondido à altura.
Antes de fechar o set, ainda tocaram "Up to the Limit", "No Shelter", e deixaram o palco 'simulando' aquela despedida para voltar para o bis. E quando voltaram, a introdução “Ein Heller und ein Batzen" (que todos ali conheciam de cor e salteado) começou a rolar dando inicio à clássica "Fast as a Shark", responsável pela formação de algumas rodas de mosh na pista. "Pandemic", do novo álbum veio em seguida, e lógico, fecharam com chave de ouro com o seu maior clássico: "Balls to the Wall".
Apesar do setlist ter sido excelente, senti falta de alguns clássicos indispensáveis como "Head Over Heels" e "Love Child", que poderiam ter sido incluídas já que era a primeira vez que a banda se apresentava no país. De qualquer modo, duvido que alguém tenha retornado para casa reclamando der alguma coisa, pois com certeza essa foi uma noite inesquecível! Que retornem em breve, os fãs brasileiros agradecem!
Fonte : Blog Heavy nation
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